Havia uma pequena vila, e este
era seu nome, Vila. O sol raiava
durante o verão possibilitando o plantio com grande fartura. As pessoas que lá
viviam eram unidas e nada temiam, pois nunca precisaram algo temer.
A filha do chefe da vila se chamava Magnhild,
e seus cabelos eram dourados como o sol e seus olhos negros e brilhantes como o
céu noturno. Homens vinham de toda parte para desposá-la; ofereciam montanhas
de dinheiros, tesouros inestimáveis, os mais belos cavalos e glória; mas ela
sempre os negou com o pretexto que eles nunca seriam capaz de dar o que ela
queria.
Magnhild foi até a beira do
rio, deitando nas raízes da mais bela de todas as limeiras que ali existiam. Ela
cantou, sua voz era tão bela que o vento seguiu o ritmo da sua canção. Maravilhado
com sua beleza e graça inatingíveis, um Troll que vivia no fundo do rio veio à superfície,
agarrou a jovem dama a arrastando para o fundo.
A notícia do desaparecimento
de Magnhild se espalhou rápido, como as folhas no outono. Não tardou para a
Vila cair em desgraça, e logo o sol começou a se esconder, trazendo o frio e a
neve. As plantas não cresciam, as flores não floresciam e as arvores não davam
frutos. Logo a amada vila de Magnhild estava passando fome.
Uma onzena depois, um homem da
Vila que tocava para garantir seu sustento decidiu ver seu futuro nas runas, e elas
o prometeram-lhe sorte se tocasse para Magnhild. O homem da Vila foi até o rio,
e nas raízes da mais bela de todas as limeiras ele sentou. Ele tocou sua harpa habilmente,
e os pássaros pararam de cantar para ouvir sua música. Ele se colocou sobre o córrego,
e tocou sua harpa dourada.
Ouvindo sua canção, o Troll se ergueu das
profundezas do rio. As montanhas racharam e os trovões rugiram. O homem da vila
tocou com fúria, e isso tirou as forças do Troll que caiu e afundou no rio.
Magnhild então surgiu e o homem da vila a tomou em seus braços. Ele a prometeu
felicidade e ela o aceitou. O homem da vila tocou para Magnhild, e então as
runas prometeram-lhe sorte.